DUREZA

"It´s better to burn out than to fade away"

domingo, 4 de março de 2012

1º treino de trail - maldita inocência

Sim já tenho alguma experiência de corrida, à parte de provas/competição, já pratico atletismo (running) à 20 anos (faz este ano), comecei aos 18 após largar o ciclismo de competição e quando passei dos meus 69kg (1,72m.) de ciclista para uns 86kg (estilo"pesos meio-pesados") em cerca de 6 meses, tive que optar por começar a fazer "algo" para voltar à boa forma física.
(1º  esq.ª) nos tempos do Alguerra Componauto
Nunca fui obeso, até porque o meu peso actual até ronda sempre os 80-82kg, mas na altura fiquei bastante "cheínho", na altura seria gordura, agora massa muscular.
Fiquei pouco tempo com esse peso, fui voluntário para o exército e como tal comecei uma intensa preparação física, iniciando-me assim na corrida em trilhos na mata circundante do Estádio Nacional, combinado/alternando com o boxe no Sporting.
O peso baixou para os 72-74kg e assim fiquei...até casar (morte do artista :) ), depois, comecei no "ferro" e aumentei progressivamente para o meu peso actual, que vai variando consoante aumento os dias de corrida em relação aos de "ferro"/musculação. Se "corto" na corrida e faço mais reforço muscular (ferro) verifico um aumento de massa muscular, logo de peso também.

No fundo, considero-me um atleta experiente, faço desporto de forma intensa e habitual desde os 11 anos, de competição até aos 18 e daí até aos dias de hoje de nível vulgarmente conhecido como "atleta popular" (amador).
Essa expressão sempre me irritou, mesmo quando não o era, o "popular" soa-me sempre algo a "parolo que dá as suas corridinhas" ou "Toni que se julga atleta "...algo distante da classe de elites, sim é bem verdade, mas não desprovidos de glória, honra e satisfação pessoal, pois cumpriram o mesmo percurso apesar de o fazerem com prestações mais modestas, mas serão sempre um melhor exemplo do que os "gordos"que ficam sentados no sofá a chamar de "otários" todos os que não seguem na linha da frente.
Mas...adiante.

O que tem a minha experiêcia como atleta/desportista com o treino de trail?
Pois bem, sentia-me algo "virgem" a nível de trail puro e duro, mas correr é correr e que diabo...sinto-me em plena forma....pois...maldita inocência, saiu-me do pêlo. :)

Hoje, combinei ir fazer um treininho de trail (de 1h) com os meus amigos Dário Santos e Marco Pinto, ambos do Clube Académico de Penafirme, na zona de Santa Rita (Vimeiro), para experimentar os caminhos e ver como reajo fisicamente nesse tipo de piso e trajectos.
À hora combinada, em Porto Novo, constatei que os meus companheiros de corrida vestiam uma calças de lycra (eu de calções) mas não liguei, pensei que tivessem frio, por causa do vento talvez...
E lá fomos indo, caminho enlameado para aqui, caminho de cabras para ali, tudo o.k., "siga pra bingo"!
Subidas íngremes...tudo o.k., as pernas aguentam e demonstraram-me que se estou algo lento em estrada, em força compenso bastante. Estranhei um pouco o congestionação muscular após cada subida de forte inclinação, mas a recuperação era quase imediata."sigaaaa"!
Marco, eu e Dário
 Quando começamos "Os Trilhos" propriamente ditos...é que "a porca torceu o rabo".
Primeira descida "a pique"...primeira queda!
uuui, corte na palma da mão direita.
Adiante...afinal foi apenas o começo de um verdadeiro trilho do inferno.

O Dario a "rasgar" monte abaixo, louco a descer (tal como o é também em bicicleta), o Marco atrás e eu, mais em jeito de travar, sim travar a corrida a descer, sempre cauteloso dentro do possível, derrapagem para aqui, tropeção para ali, lá fui indo...um pouco mais lento.
Subimos "quase" paredes, atravessamos um pequeno riacho, trilhos de vegetação média, trilhos de vegetação alta (silvas e canas)...aí percebi a razão pela qual os meus companheiros traziam calças vestidas.
Uuuuui como dói!
Arranhão aqui, arranhão ali, foi caro o preço da minha inocência a nível de corrida/trail, rapidamente fiquei com as pernas cheias de pequenos cortes e arranhões... tal triste virgindade perdida abruptamente nas mãos do trilho selvagem.
À medida que corria, por vezes trocando os olhos, tal era a concentração para escolher o terreno para poisar os pés, fiz uma lista de material a não esquecer para o próximo treino/trail:
- Calças de atletismo ou meias bem altas;
- Luvas (de ciclismo bastarão), pelo menos nos treinos;
- Ténis de trail ou pelo menos com bom isolamento para entrada de areia e "picos" da vegetação.

Por lapso, mencionei no quadro que corri com pesos, no entanto, só 5km desses 13km mencionados é que foram cumpridos com os pesos light
 A média/ritmo de corrida em trail...é para esquecer. Depende do trajecto, piso, inclinações, variações de terreno, etc...
Quando pensava em trail, lembrava-me dos treinos pelos trilhos do Estádio Nacional, das pistas de lama no mato na tropa, nos caminhos de cabras por onde por vezes ainda corro, mas trilhos assim selvagens, foi novidade. Uma novidade saborosamente fresca, para quebrar a monotonia de correr em estrada.

O Dario disse-me que o trajecto para o trail de Penafirme ainda está a ser trabalhado/limpo, sendo de esperar que seja um pouco menos penoso do que o que percorri hoje, mas só pelos locais percorridos vale bem a pena todas estas mazelas.

A paisagem é linda, o mar conjugado com o campo e os montes...lindo!

E a prova, mesmo sendo a primeira organizada pelo pessoal de Penafirme, certamente será um SUCESSO, pois quando algo é feito com amor e dedicação só pode correr bem.
Força AMIGOS!



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